30 de Abril Dia Nacional da Mulher

Lei Nº 6.791 - 09/06/1980

Foi no dia 30 de abril que nasceu a fundadora do Conselho Nacional da Mulheres, Sra. Jerônima Mesquita. Como homenagem àquela extraordinária mulher, grande filantropa, foi escolhido o dia de seu nascimento para se comemorar o Dia Nacional da Mulher.

Derrubaram-se tabus, obstáculos foram vencidos, a ocupação dos espaços foi iniciada. Graças à coragem de muitas, as mulheres conquistaram o direito ao voto, a chefia dos lares, colocação profissional, independência financeira e liberdade sexual. Apesar de válidas, essas aberturas ainda são uma gota num oceano de injustiças e preconceitos.

No último século, o movimento feminista contribuiu imensamente para a efetivação das conquistas das mulheres. Embora muito tenha sido feito, as respostas às questões femininas são pouco eficazes, já que os homens ainda detêm a hegemonia em diversos setores sociais. As politicas públicas ainda devem muitos feitos à população feminina.

Prova da necessidade de maior reconhecimento da mulher é a própria institucionalização de uma data-homenagem; se a sociedade efetivamente tivesse incorporado a idéia de que os dois sexos estão em pé de igualdade, não haveria necessidade de se criar um dia para lembrá-la; seria uma atitude inútil e redundante.

A busca incessante por um lugar ao sol está apenas começando. As mulheres seguem às voltas com os mais variados tipos de violência: no lar, no trabalho e na sociedade. São vítimas, na maioria das vezes silenciosas e indefesas, de agressões físicas, sexuais e psicológicas de todos os tipos e intensidades. E de outras tantas formas de violência, bem mais sutis, embora não menos perversas, como a desvalorização no mercado de trabalho (recebendo salários sempre menores do que os homens que exercem as mesmas funções), as dificuldades de ascensão a postos de comando (nas empresas e na política) e a dupla jornada, entre outras tantas.

Ao contrário do que se possa pensar, não é necessária uma "Guerra dos Sexos" para que o quadro de injustiças se reverta. Sem destituir-se de sua feminilidade, as mulheres podem engajar-se numa luta forte, mas não necessariamente agressiva. Provar ao mundo que não é necessário se revestir de um invólucro masculino para intimidar seus oponentes. A força feminina é suave e poderosa por si só.

A história de lutas e conquistas de tantas mulheres, muitas delas mártires de seu ideal, no decorrer de quase dois séculos, leva a humanidade a iniciar um novo milênio diante da constatação de que ela buscou e conquistou seu lugar. Mais que isso, assegurou seu direito à cidadania, legitimando seu papel enquanto agente transformador.

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30 de Abril Dia do Ferroviário

O ferroviário contribui para o funcionamento do complexo sistema de transportes que é a rede de trens. O mais famoso cargo, e o que mais rapidamente nos vem à cabeça, é o de maquinista - o "motorista", que comanda o trem. Mas ainda há muitas pessoas importantes envolvidas, e todas elas merecem nossa comemoração no dia de hoje.

Para começar, é preciso lembrar que o ferroviário pode atuar em vários tipos de trens: urbanos, turísticos, de carga.

Como sistema de transporte de pessoas ou carga, os trens representam uma opção mais barata, porém insuficientemente explorada no nosso país. Seu custo é bem menor do que o rodoviário, pois os trens são movidos a diesel ou a eletricidade.

Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), em apenas cinco anos houve um investimento de mais de 1 bilhão de reais no aumento da produção. Além disto, foi reduzido em 50% o índice de acidentes e foram gerados 15 mil novos empregos na indústria ferroviária.

HISTÓRIAS DO TREM NO BRASIL

A primeira estrada de ferro do Brasil foi a Estrada de Ferro Petrópolis, inaugurada em 30 de abril de 1854. Era conhecida também como Estrada de Ferro Mauá, já que foi construída graças ao patrocínio do Barão de Mauá na empreitada: ligar a Praia da Estrela, na Baía da Guanabara, à raiz da Serra de Petrópolis. Já a locomotiva, trazida da Inglaterra, era homenagem à esposa do Barão de Mauá. Chamava-se "Baroneza" (com 'z' mesmo, por causa da grafia antiga).

Foi criada ainda no mesmo século outra estrada de ferro, no Rio de Janeiro, tendo em vista o desenvolvimento da região. Chamava-se Estrada de Ferro D. Pedro II, mas mudou o nome para Estrada de Ferro Central do Brasil após a Proclamação da República, em 1889. Sua principal função era integrar as áreas urbanas que não paravam de crescer, devido à chegada de imigrantes, libertação dos escravos e crise da lavoura canavieira. A Central do Brasil foi se estendendo e, com o tempo, serviu também para ligar o subúrbio ao centro da cidade do Rio de Janeiro.

A Estrada de Ferro do Corcovado, inaugurada em 1884, é mais um exemplo de investimento no transporte da moda do século XIX. Esta via tão antiga tem história: durante quatro anos consecutivos, transportou as peças do Cristo Redentor; recebeu passageiros ilustres como Dom Pedro II (que inaugurou a Estrada de Ferro), o secretário de Estado do Vaticano, Eugênio Pacelli (que veio a ser o Papa Pio XVII), os ex-presidentes Getúlio Vargas e Epitácio Pessoa, o Papa João Paulo II, o cientista Albert Einstein e a princesa Diana. Foi conduzido até por Santos Dumont, freqüentador assíduo que sempre dava generosas gorjetas.

TURISMOS SOBRE TRILHOS

Além de um meio de transporte que facilita muito a vida de quem precisa ir para o trabalho ou viajar, os trens também servem para algo muito divertido: passeios turísticos!

As opções geralmente estão associadas a lugares históricos, já que os trens têm um quê de nostalgia que dão ao passeio um gostinho de saudade.

É dentro desta visão que existem os passeios que transpõem antigas rotas de mineração, ou os trilhos que atravessam antigas fazendas de café ou engenhos já extintos.

O turismo ferroviário também inclui passeios ecológicos - as pessoas contemplam a natureza de dentro do vagão, e o ponto de chegada pode ser, por exemplo, um mirante com uma vista espetacular. Se você é preguiçoso, ou tem algum outro motivo para evitar uma caminhada, os trenzinhos podem ajudar.

Alguns exemplos de onde você encontra estes passeios são: Tiradentes ou São João del Rei (existe um circuito que interliga estas cidades), em Minas Gerais; Serra da Graciosa, no Paraná; São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro; e o trem do Corcovado, imperdível para quem quer conhecer a Cidade Maravilhosa.

CURIOSIDADES

A primeira locomotiva foi apresentada em público em 1814, graças a George Stephenson (1781-1848). As tentativas anteriores foram algo parecido, mas nada práticas. Richard Trevithick, por exemplo, construiu um veículo em 1803, pesando 5 toneladas e que podia desenvolver a velocidade de... 5 quilômetros por hora!

Um pouco mais de velocidade foi alcançado por Stephenson, com a locomotiva "Rocket": 47 quilômetros por hora! Ganhou até prêmio. Mas a novidade da "Rocket" foi mesmo a utilização, pela primeira vez, da caldeira tubular e do escapamento do vapor pela chaminé. Bom, o que importa entender disto tudo é que o resultado foi o equilíbrio entre o consumo e a produção de vapor. Muito melhor!

Nos Estados Unidos, o primeiro trem para passageiros circulou no dia 25 de dezembro de 1839, na Carolina do Sul.

A primeira vez que uma locomotiva elétrica circulou foi na Exposição Industrial de Berlim, em 1879.

A primeira ferrovia da América do Sul foi construída no Peru, em 1849.

É também no Peru que fica a linha Lima-Oroya, a mais alta do mundo: está a 4.816 metros de altitude!

E uma ferrovia transcontinental? Nos Estados Unidos, em 1869, a cidade de Nova York, no Atlântico, foi conectada a São Francisco, no Pacífico. O percurso totalizava 5.300 km.

No Brasil, a primeira ponte ferroviária foi construída em 1858, na região de Afogados, cidade do Recife.

A combustão interna conhecida como diesel foi patenteada pelo engenheiro Rudolf Diesel. A invenção contribuiu em grande parte para a evolução das estradas de ferro, que passaram a utilizar a tração diesel. O motor diesel também foi aproveitado nas indústrias nascentes como gerador de energia e, mais tarde, nos barcos, navios, locomotivas e caminhões.

A ligação por trem das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo foi um grande acontecimento. As duas mais importantes cidades do País foram unidas no dia 8 de julho de 1877.

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28 de Abril Dia da Educação

A maior parte do conhecimento humano se dá mediante um processo um processo de educação. Enquanto os animais vivem com base no próprio instinto, o ser humano vive por meio do que aprendeu de seus pais e da sociedade.

O processo de educação começa com a família: os pais ensinam a seus filhos o que julgam ser certo, como devem se comportar e respeitar as outras pessoas. A figura dos pais é complementada pela escola, que, além de ensinar a vida em sociedade - para a qual os pais preparam os filhos -, habilita o jovem para escolher um ofício e ser economicamente produtivo.

O mundo moderno exige das pessoas uma preparação cada vez melhor. As novas atividades da economia moderna vêm requerendo uma formação mais abrangente dos candidatos aos novos empregos. Boa parte da população, porém, nem sequer tem acesso ao ensino fundamental. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o Brasil ainda almeja alcançar e pela qual se esforça.

Desde a última década do século XX, tem havido grandes avanços nessa área. O crescimento contínuo da taxa de escolarização vem reduzindo o analfabetismo, elevando o nível de instrução da população em todo o país e diminuindo, gradativamente, as grandes diferenças existentes entre as regiões. Houve um aumento da taxa de escolarização das crianças de 7 a 14 anos de idade. Em todo o Brasil, a proporção dessas crianças que não estavam na escola baixou de 9,8% para 4,3%; como conseqüências, houve redução do analfabetismo e elevação do nível de instrução da população.

O Sudeste deteve a maior taxa de escolarização (96,7%) e o Nordeste, apesar do avanço, a menor (94,1%). O percentual de crianças que estão fora da escola recuou significativamente, também, no Sudeste e no Nordeste.

Esses dados expressivos demonstram a capacidade do povo brasileiro de superar as adversidades. Afinal, a boa educação é a base de uma nação soberana e evoluída, capaz de construir o melhor para si, contribuindo para uma sociedade mais justa e com alta qualidade de vida.

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Hoje é o dia da Sogra

A imagem da sogra de "bruxa malvada", "cobra venenosa" e outros adjetivos nada elogios, é a que perpassa o imaginário popular há tempos. Mas ninguém nunca pensa no outro lado; o lado da mãe que pensa correr o risco de perder o filhinho amado para uma jararaca sem coração, ou melhor, a nora!

Claro, não é sempre assim: existem noras que possuem um relacionamento muito melhor com a sogra do que com a própria mãe. Mas o retrato eternizado dessa parenta para a toda vida (sim, porque segundo a Legislação, a sogra é o único parente que se continua tendo mesmo após a separação!) é o da mulher que tem por rival a companheira que o próprio filho escolheu, não raro infernizando e botando tudo quanto é defeito no que a norinha faz.

Sogra que se sente traída geralmente não esconde a animosidade contra a companheira do filho, então, qual o segredo? Mostrar a elas que não competem com ninguém, porque o amor do querido rebento é para sempre.

Deixando de lado todos esses preconceitos, a nora poderá conquistar na sograuma poderosa aliada, e até descobrir nela uma mulher experiente e com qualidades que as rivalidades não deixavam transparecer!

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PRIMEIRA MISSA NO BRASIL

No dia 26 de abril de 1500, num banco de coral na praia da Coroa Vermelha no litoral sul da Bahia, fincou-se uma cruz de madeira: foi, então, rezada uma missa de Páscoa, a primeira de tantas que desde então foram celebrados naquele que veio a tornar-se o maior países católicos do mundo.

Fazia dias que os lusos estavam ali entre idas à praia e voltas ao mar. Carregavam água, frutas e o lenho para os barcos, enquanto dois carpinteiros separavam um enorme tronco para a feitura da Cruz. No domingo de Páscoa, índios, marinheiros e capatazes ajudaram a pregar essa Cruz no chão macio de um banco de areia em Porto Seguro.

O Frei Henrique de Coimbra, um franciscano, oficiou a missa todo aparamentado, enquanto a tripulação congregava-se na praia as voltas do altar. Tomava posse daquela Ilha de Vera Cruz, em nome do rei de Portugal e da santa fé católica. Os nativos, dóceis, se portaram de tal modo que Caminha convenceu-se da fácil conversão deles no futuro. Um par de padres, dos bons, o escreveu ao rei, bastava. E assim iniciou-se uma história de missionários, conversões, e disseminação da fé católica.

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DIA MUNDIAL DO LIVRO

O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha, uma região semi-autônoma da Espanha. A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol. O escritor e editor valenciano, estabelecido em Barcelona, Vicent Clavel Andrés, propôs este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona.

Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.

No ano de 1930, a data comemorativa foi trasladada para 23 de abril, dia do falecimento de Cervantes. Mais tarde, em 1995, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Internacional do Livro e dos direitos dos autores, em virtude de a 23 de abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.

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23 de Abril DIA DOS ESCOTEIROS

Baden-powell escreveu e ilustrou o primeiro manual do escoteiro, o Escotismo para rapazes.* O símbolo escolhido, a flor-de-lis, já havia sido usado em seu regimento militar, quando lutou na África do Sul, em 1887, e na guerra de 1899. Até 1910, o escotismo era destinado apenas aos rapazes, porém, nessa época, surgiu a organização das bandeirantes, destinada às moças.

O sucesso do escotismo espalhou-se por todo o mundo, atraindo milhares de jovens. As estimativas mais recentes contam cerca de dez milhões de escoteiros, espalhados por mais de cem países.
O escotismo chegou ao Brasil em 1910. Em 4/11/1924, foi fundada a União dosEscoteiros do Brasil.

A hierarquia dos escoteiros respeita a faixa etária de seus membros. Os meninos de 7 a 11 anos de idade pertencem à categoria dos lobinhos. Os de 11 a 15 anos tornam-se escoteiros. A partir dos 16 anos, passam a ser seniores, responsáveis pelo ensino e pela guia dos iniciantes.

Ao serem admitidos, todos os escoteiros se comprometem a seguir os regulamentos da organização. Assim, recebem o uniforme e os ensinamentos práticos previstos no manual de Baden-Powell. Além da formação moral e cívica, o escoteiro aprende atividades práticas como: armar acampamentos, orientar-se pela bússola, fazer vários tipos de nós e prestar primeiros socorros.

Seu lema "Sempre alerta" traduz o espírito do escoteiro de estar atento às necessidades do próximo e pronto para a boa ação diária.

A Lei Escoteira é a seguinte:

"O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida.

O Escoteiro é leal.

O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.

O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.

O Escoteiro é cortês.

O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.

O Escoteiro é obediente e disciplinado.

O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.

O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.

O Escoteiro é limpo de corpo e alma."

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São Jorge

São Jorge,cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos superiores, colegas, e subordinados; que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no meu serviço; meus inimigos terão os olhos e não me verão, terão boca e não me falarão, terão pés e não me alcançarão, terão mãos e não e não me ofenderão.
São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.
O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.
Amém.

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DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas.

Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa.

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TIRADENTES

Tiradentes

Sobr\ Carvalho de Azevedo

Se soubesses, Joaquim José
A quem teu martírio inspiraria
Por certo, tua vida resguardarias.

Se soubesses, Joaquim José
Que a derrama contra a qual te insurgiste
Não era senão migalha contra o roubo que persiste
Por certo, tua vida resguardarias.

Se soubesses, Joaquim José
Que nada adiantou, que nada mudou
Que dois séculos passados da traição
O que se vê são só Silvérios em ação Por certo, tua vida resguardarias.

Se soubesses, Joaquim José
Que tão trágicas e históricas lembranças
De teu corpo esquartejado e da tua
Cabeça erguida num poste em Vila Rica
Como parte do cumprimento da histórica sentença
Hoje em dia, não fariam nenhuma diferença,
Por certo, tua vida resguardarias.

Da Nação que sonhaste, Joaquim José
E por quem deste a vida
Nada mais existe.
Multiplicaram–se os Barbacenas,
Os Silvérios dos Reis, proliferaram
E só a ervas daninhas se compararam.
Mataram nossos sonhos, nossas esperanças,
Com a arrecadação determinada pela nova derrama,
Locupletam-se os áulicos, os bajuladores,
Os novos donos do poder.
E nós, seu povo, Joaquim José, desamparados, impotentes
Clamamos pelo milagre de um novo TIRADENTES!

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20 de Abril Dia Nacional da Caatinga

Instituído através de decreto presidencial, de 20 de agosto de 2003, o 28 de abril foi escolhido em homenagem ao primeiro ecólogo do Nordeste brasileiro e pioneiro em estudos da caatinga, o professor João Vasconcelos Sobrinho. Durante muito tempo pensou-se que a caatinga fosse um ecossistema pobre, por isso a escassez de estudos sobre ela.

O patrimônio biológico da caatinga não é encontrado em nenhum outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. Inclui áreas do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o Norte de Minas Gerais. São espécies nativas da caatinga ''barriguda'' (Cavanillesia arborea), amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro. A fauna nativa inclui o sapo-cururu, asa-branca, cotia, preá, veado-catingueiro, tatu-peba, sagüi-do-nordeste e cachorro-do-mato.

No entanto, o estudo minucioso da caatinga não trouxe boas notícias. Os pesquisadores constataram que esse é o terceiro ecossistema brasileiro mais degradado, atrás apenas da Mata Atlântica e do cerrado. 50% de sua área foram alterados pela ação humana, sendo que 18% de forma considerada grave por especialistas. A desertificação, encontrada principalmente em áreas onde antes se desenvolvia o plantio de algodão, apresenta-se bastante avançada.

Além do desmatamento, um sério problema enfrentado por esse domínio é a caça aos animais, única fonte de proteínas dos sertanejos que residem na área. A percentagem das áreas de caatinga protegidas por reservas e parques é ínfima: 0,002%, segundo o Ministério do Meio Ambiente. "Precisamos mudar esse patamar de proteção para não perdermos espécies que ocorrem apenas na caatinga", declarou a diretora de Áreas Protegidas do Ministério, Inah Simonetti.

O Ministério do Meio Ambiente já declarou seu interesse em transformar a caatingaem patrimônio nacional e assumir para si a responsabilidade da proteção. Que o gesto não sirva apenas como um reconhecimento tardio pelo governo do único bioma exclusivamente brasileiro.

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FESTA DO REI

6 O ano de 2009 é um marco na vida de Roberto Carlos. O cantor completa 50 anos de carreira, e, para comemorar, fará uma turnê de shows pelo país. E neste domingo (19), dia de seu aniversário de 68 anos, ele dá início às celebrações com um show em sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

1 Em seu currículo de ininterrupto sucesso, ele vendeu mais de 100 milhões de discos, com canções que atravessam o tempo, como Detalhes e Emoções. O Rei é considerado o primeiro ídolo jovem brasileiro.

4 O show comemorativo a essa escalada no cenário da MPB promete parar a cidade do astro. Seus moradores estão sendo mobilizados, para que enfeitem suas casas com panos brancos e azuis. Foi criada até uma campanha intitulada 'Como é Grande o Meu Amor por Você', onde pintaram e refizeram o jardim da casa onde o Rei nasceu e hoje abriga uma Casa de Cultura.

 

 

 

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DIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

exercito-brasileiro19 de Abril

Nos Montes Guararapes, em Pernambuco, palco da vitoriosa batalha contra o invasor holandês em 19 de abril de 1648, a Força Terrestre do Brasil forjou-se. Integrados por índios, brancos, negros e mestiços, cimentaram as bases da nossa nacionalidade.

Os momentos épicos ali vividos encerram profundo significado para o Exército. Representam ideais cultuados há 356 anos no coração e na alma de cada um dos seus integrantes: Fé, Bravura, Honra e Pátria.

O Exército Brasileiro é o segmento terrestre das Forças Armadas (FA). Exército e Forças Armadas são Instituições nacionais constituídas pela sociedade brasileira para defender a Pátria como nação independente e soberana, garantir a integridade territorial e a paz interna, bem como lhe assegurar a convivência pacífica e o respeito no cenário internacional.

A Constituição Federal estabelece a missão constitucional que sela o compromisso da Força e de seus componentes com a Nação e a Sociedade. É ponto de honra para o Exército e para o soldado a dedicação integral a esse compromisso, com engajamento de corpo e alma.

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TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO

{824A94DF-CDBF-4166-925D-90BE52AD6956}_INDIOS-POPULACAO A música de Jorge Benjor diz que "todo dia era dia de índio", lembrando que os índios que viviam no Brasil eram donos da terra quando ele foi descoberto. Mas em outra estrofe, Benjor lembra que "agora ele só tem o dia 19 de abril".

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, encontraram uma natureza exuberante e um povo nativo muito diferente do europeu. Como acreditavam ter chegado à Índia, que era o destino de sua viagem, apelidaram este povo de Índio. Para os colonizadores europeus, todos os nativos eram índios. Essa generalização proposital favoreceu a dominação destes povos. Na verdade existiam muitas nações, etnias e grupos diferentes. Estes grupos formavam um universo completamente heterogêneo, disputavam territórios, e possuíam cultura e idiomas próprios.

No início, os europeus se aproveitaram desta diversidade e usaram o índio como aliado. Porém, logo decidiram torná-lo escravo e, nesta luta, inúmeras populações foram praticamente dizimadas.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), no Brasil vivem hoje cerca de 345 mil índios, distribuídos entre 215 sociedades indígenas. Estes números representam cerca de 0,2% da população brasileira. Estes dados referem-se apenas àqueles indígenas que vivem em reservas. De acordo com a FUNAI, há estimativas de que um número entre 100 e 190 mil, vivam hoje fora das aldeias indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também indícios da existência de aproximadamente 53 grupos ainda não contatados. O Dia do Índio foi instituído em 1940, durante o I Congresso Indigenista Interamericano, no México. No Brasil, a data passou a valer a partir de 1943, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, depois da insistência do Marechal Cândido Rondon, um dos primeiros a se preocupar com esta questão no país.

A realidade indígena hoje é diferente de quando eles eram os donos desta terra. Obrigados a viver em áreas cada vez menores, os índios foram, gradativamente, perdendo seus hábitos e costumes. O contato com o homem branco contribui para esta aculturação, além de trazer doenças e outros males para dentro das aldeias. Muitos índios buscaram fugir da miséria migrando para os grandes centros urbanos. Mas, vítimas de preconceito e sem conseguir se integrar, transformaram-se em indigentes. Um triste jogo de palavras que em nada lembra os tempos gloriosos de guerreiros e caçadas.

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DIA NACIONAL DO LIVRO

livro-infantil-5 A data foi instituída em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato. O escritor, conhecido mundialmente pelas histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo, era um visionário para sua época e lutou muito para ampliar a leitura no Brasil.

Nasceu em 1882 numa vila de Taubaté, onde hoje é a cidade Monteiro Lobato. Em São Paulo formou-se em direito e deu início a vários projetos ambiciosos, entre eles uma gráfica e diversos projetos editoriais, a maioria com foco na literatura infantil.

Sofreu com as crises econômicas da época e com fortes perseguições do governo Vargas, fez duras críticas e criou a personagem Jeca Tatu com denúncias sociais embutidas nas suas histórias. Entre tropeços financeiros e sucessos literários morreu em 1948 deixando muito mais que um legado editorial e didático (veja abaixo sua bibliografia): foi um nacionalista que sempre sonhou com um Brasil alfabetizado e justo. É de Lobato a célebre frase “Um País se constrói com homens e livros”.monteiro_lobati                           MONTEIRO LOBATO

Contista, ensaísta e tradutor. É como podemos retratar Monteiro Lobato, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Nascido na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882, o escritor formou-se em Direito e atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô.  Com o novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas e, posteriormente, reuniu uma série deles na obra Urupês.

Por ser conhecido como o precursor da literatura infantil no país, comemora-se na semana de aniversário de Lobato também o Dia Nacional do Livro Infanto-Juvenil, em 18 de abril. Durante toda essa semana, o Centro de Estudos  da Leitura (CEL) e o Grupo de Pesquisa e Extensão em Lobato (GPEL), ambos da Uesb, realizam, no campus de Jequié, a Semana do Livro com Lobato. A programação, que termina nesta sexta-feira, incluiu palestras, oficinas e atividades culturais em diversas escolas do município.Image13

Monteiro Lobato é bastante conhecido entre as crianças pela dedicação ao estilo de escrita, uma linguagem simples em que realidade e fantasia estão lado a lado. Os personagens mais conhecidos são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sábia espiga de milho que tem atitudes de adulto; Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio; e o Saci Pererê, entre outras que fazem parte da inesquecível obra “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, que até hoje encanta crianças e adultos.

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DIA NACIONAL DE LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA

Lei Nº 10.469

Em homenagem às vítimas do massacre do Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, no Pará, foi instituído o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Valores sociais são evocados pelos sem-terra, constituindo modos de expressão e comunicação com a sociedade mais abrangente, de legitimação de suas reivindicações e de embate político com seu oponente direto, o Estado.

O problema fundiário do país tem raízes fundas. Quando efetivamente se iniciou a exploração das terras brasileiras, em 1530, foi implantado o sistema de capitanias hereditárias e sesmarias. O latifúndio, seria, portanto, a propriedade dominante, concentrando a terra nas mãos de poucos e deixando destituída a maior parte da população brasileira, restando à massa trabalhadora vender sua força de trabalho a preço irrisório.

Essa situação manteve-se inquestionada até a década de 50 do século XX, quando a questão fundiária começou a ser debatida pela sociedade, em virtude da industrialização. Surgiram no Nordeste as Ligas Camponesas e o Governo Federal criou a Superintendência de Reforma Agrária (Supra). Ambas foram duramente combatidas pelo establishment, dentro do quadro que resultou no golpe militar de 1964. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, que completa vinte anos de existência em 2004, objetiva reivindicar o acesso à terra que lhes havia sido tirada pelo processo de mecanização que vinha transformando a agricultura brasileira ao longo da década de 70. A proposta de reforma agrária dos trabalhadores reside em garantir a produção de subsistência, e para isso, desapropriar as chamadas "terras improdutivas", para que as famílias tenham a proteção de um crédito e seguro agrícolas e iniciarem uma vida mais digna.

Em 9 de julho de 1970, o Decreto nº 1.110 criou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cuja missão é "criar oportunidades para que as populações rurais alcancem plena cidadania".

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BANDAS DE PÍFANO

Pífano é um conjunto instrumental de percussão e sopro, dos mais antigos, característicos e importantes da música folclórica brasileira. Na feição nordestina a banda de pífanos é uma criação do mestiço brasileiro, que com sua criatividade e intuição musical adaptou o instrumental, dando-lhe a forma típica pela qual é conhecida no folclore brasileiro.
Geralmente, é composta por dois pífanos, uma caixa, um bombo, um surdo e um tambor. O pífano é o comandante da banda, ele usa um instrumento semelhante a flauta, feito de taquara, uma madeira muito comum nas matas do sul de Pernambuco.
Uma das mais famosas aqui no nordeste, é a Banda de Pífinos de Caruaru. Para os apreciadores do pífano, eu selecionei alguns vídeos no YouTube com apresentações variadas.

 

 

Os componentes das bandas são, na sua maioria, trabalhadores rurais que se ocupam da agricultura de subsistência, trabalhando no "alugado", ou cultivando sua pequena roça. Reúnem-se antes de cada apresentação e repassam o repertório. Não têm formação musical e tudo o que tocam é de ouvido.

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VAQUEJADA


Vaquejada_01235A vaquejada é uma festa genuinamente brasileira, com uma tradição de mais de 100 anos. Nos últimos 10 anos veio se modernizando e profissionalizando tornando-se reconhecida como esporte através da Lei Pelé e regulamentada pela Lei Federal  numero 4.495/98 e pela Lei do Estado do Rio de Janeiro de numero 3021 de 23 de julho de 1998 . Apesar de concentrar-se nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, atualmente são realizadas mais de 1.000 vaquejadas por ano em todo Brasil.
vaquejada_01044785 VALEU BOI
O objetivo da competição é  o de alinhar o boi no local demarcado na arena por duas faixas, que estão  a 10 metros uma da outra.
Numa competição de vaquejada geralmente concorrem cerca de 400 duplas de vaqueiros. As duplas compõem-se de um puxador, que tem a função de alinhar o boi pelo rabo, e um esteira, que faz o serviço de apoio, alinhando o boi na pista e muitas vezes impedindo que ele caia fora da área demarcada.
A festa geralmente dura três dias, sendo o primeiro reservado para treino e reconhecimento da pista. A competição acontece nos dois dias seguintes. Cada dupla corre três bois por dia. Mas também é possível fazer duas inscrições, neste caso a dupla corre o dobro, podendo alcançar duas classificações.
A boiada tem que ser uniforme, ou seja, os animais têm equivalência em peso e tamanho, para que a disputa não seja injusta e desigual Numa disputa de vaquejada são premiados desde o primeiro até o vigésimo colocado. Este estímulo nada mais é do que a própria valorização dos vaqueiros.

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CARRO DE BOI

carro-de-boi Rústico, modesto, vagaroso, o carro de boi foi, sem dúvida alguma, um dos fatores que muito concorreram para o progresso rural do Brasil.

Primeiro veículo de transporte que a nossa terra possuiu, o carro de boi, "afundando o chão" virgem do Brasil-Colônia e Império, nele escreveu, com os sulcos paralelos de sua rodas pesadas e maciças, os primeiros capítulos da história do povoamento e agricultura nacionais. Ainda hoje, nas pequenas fazendas de nossa interlândia, onde, pela ausência de boas estradas, a concorrência dos modernos e velozes veículos de carga não chegou, ele continua com sua morosidadecaracterística, mas sempre utilíssimo, a desempenhar obscuramente a missão multissecular de transportar os produtos da terra dadivosa, dos campos de cultura para as sedes dos núcleos agrícolas.Empregado principalmente nos serviços internos das fazendas, o carro de boi é um veículo típico da nossa circulação local. Todo de madeira, compõe-se de duas peças principais: o estrado e o conjunto roda-eixo. O estrado, gradeado ou de pranchas de madeira justapostas, é retangular, apresentando na parte dianteira um varal ou lança - o "cabeçalho". Em cada borda do estrado são fincadas varas roliças - os "fueiros" - que amparam lateralmente a carga. As rodas, em número de duas, geralmente maciças, por vezes com recortes semilunares, elípticos ou losangulares, são de madeira rija, altas e pesadas, protegidas por um aro de ferro quando rolam em terreno pedregoso. Estão solidamente encaixadas no eixo-móvel, que gira entre quatro peças de madeiras - os "cocões" – embutidas no estrado (duas de cada lado) que se apoia sobre eixo pelos "calços". Entre o calço e o eixo é colocado um indispensável suplemento - a "cantadeira" - untada com uma pasta de sebo e pó de carvão, para fazer o carro gemer, quando atritada durante a marcha. "carro que não canta não presta. Não é carro!"... O seu gemido característico, ligeiramentemodulado, constitui motivo de orgulho para o correiro que não dispensa nunca. A força de tração é fornecida unicamente por bovinos, dispostos dois a dois – as "juntas" – cujo número varia com o peso de carga, natureza do solo e topografia da região. As juntas são unidas pelas "cangas" que, por sua vez, são ligadas ao cabeçalho por varais articulados - os "cambões". Tiras de couro - as "tamboeiras" - ligam o cambão entre si. A canga repousa na nuca dos bois, prendendo-os pelo pescoço, que fica entre dois bastões perpendiculares, atados ou embutidos na canga - os "canzis" - cujas pontas inferiores são ligados por uma fita de couro - a "brocha" - passada pela barbela do animal. Atrelada ao cabeçalho fica a "junta-mestra" ou de "pé-de-carro" ou "junta-de-coice", a mais importante de todas, pois, além de abrir a marcha, sustenta grande parte do peso do carro. A que se lhe segue é chamada "junta-forte" e as outras "juntas-de-frente". O boi de carro é forte, musculoso e extremamente dócil. Dois são os seus condutores: o carreiro e o candieiro. O primeiro caminha ao lado do carro, mantendo o ritmo vagaroso da andadura dos bois, ora gritando pelos seus nomes, ora picando-os com o "ferrão" - ponta de ferro presa á extremidade de comprida vara - a "aguilhada" - que ele traz constantemente ao ombro. O segundo, geralmente um menino ou um rapazelho, também munido de aguilhada, vai à frente da junta dianteira ou "da-guia", dando a direção da marcha.

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O TRAJE DO VAQUEIRO

missadovaqueiro1O mais antigo registo da indumentária do vaqueiro nordestino fê-lo Henry Koster em dezembro de 1810, nos sertões do Rio Grande do Norte, entre Açu e Mossoró:

"Vou dar a descrição do meu amigo que se afastou da estrada para indicar-me o poço. É a figura comum do sertanejo em viagem. Montava um pequeno cavalo com cauda e crinas compridas. A sela era um tanto elevada adiante e atrás. Os estribos eram de ferro ferrugento e os freios, a mesma forma. As rédeas eram duas correias estreitas longas.

Euclides da Cunha (Os sertões, 12ª edição, 118-119) desenha o vaqueiro das caatingas baianas: "O seu aspecto recorda, vagamente, à primeira vista, o do guerreiro antigo exausto da refrega. As vestes são uma armadura. Envolto no gibão de couro curtido, de bode ou de vaqueta; apertado no colete também de couro; calçando as perneiras, de couro curtido ainda, muito justas, cosidas às pernas e subindo até às virilhas, articuladas em joelheiras de sola, e resguardados os pés e as mãos pelas luvas e guarda-pés de veado – é como a forma grosseira de um campeador medieval desgarrado em nosso tempo. Esta armadura, porém, de um vermelho pardo, como se fosse de bronze flexível, não tem cintilações, não rebrilha ferida pelo sol. É fosca e poenta. Envolve ao combatente de uma batalha sem vitórias… A sela da montaria, feita por ele mesmo, imita o lombilho rio-grandense, mas é mais curta e cavada, sem os apetrechos luxuosos daquele. São acessórios uma manta de pele de bode, um couro resistente cobrindo as ancas do animal, peirorais que lhes resguardam o peito, e as joelheiras apresilhadas à juntas. Este equipamento do homem e do cavalo talha-se à feição do meio. Vestidos doutro modo não romperiam, incólumes, as caatingas e os pedregais cortantes".

Dizemos a roupa do vaqueiro véstia. O chapéu, chato e redondo não guarda para o nordeste a proteção do cobre-nuca que Wied-Nieuwied fixou no alto sertão baiano, na fronteira com Minas Gerais e Rugendas desenhou em Goiás. É preso ao queixo pelo barbicaxo, espécie de jugular. Mantém-se o gibão, curto, antigo ou cobrindo o assento, de certo tempo para cá; as perneiras, que são calças; o guarda-peito, colete solto, duma só peça, bordado a retrós, os guantes, luvas que apenas defendem o dorso das mãos, e os sapatões de couro cru, durando uma existência.  É uma raridade encontrar-se o peitoral no cavalo, larga faixa de couro guardando-lhe o peito. É ainda comum nos sertões pernambucanos, para o sul. Para o norte, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, quase desapareceu.

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Iphan premia ações de proteção e divulgação do patrimônio cultural

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está com as inscrições abertas para a 22ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Podem concorrer à premiação, empresas, instituições e pessoas de todo o País. A iniciativa é um reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. As inscrições podem ser feitas até o dia 11 de maio na sede superintendência regional do órgão na Paraíba, que está situada na Praça Venâncio Neiva, n° 68, no Centro de João Pessoa. O prêmio está dividido em sete categorias: apoio institucional e/ou financeiro; divulgação; educação patrimonial; pesquisa e inventário de acervos; preservação de bens móveis e imóveis; proteção do patrimônio natural e arqueológico e salvaguarda de bens de natureza imaterial. Os candidatos devem apresentar as inscrições em forma de dossiê, datilografado ou impresso em formato Word. Ao dossiê, é necessário agregar elementos iconográficos, audiovisuais ou qualquer outra espécie de material ilustrativo ou produto – elementos que possibilitem a plena caracterização da atividade – tais como, desenhos, fotografias, slides, mapas, cartazes, folhetos, revistas, livros, fitas cassete e de vídeo, CD rom, CD, dentre outros. Os participantes devem apresentar também um resumo da ação – no máximo duas páginas de 30 linhas – com o objetivo de facilitar a divulgação. Lembrando que cada ação poderá ser inscrita em somente uma categoria.

Premiação – Os vencedores serão anunciados durante o mês de julho próximo, além da data e local onde acontecerá a cerimônia de entrega das premiações. O prêmio é constituído de um troféu, um certificado e 20 mil reais.

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade foi criado em 1987 em reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. Seu nome é uma homenagem ao primeiro dirigente da instituição.

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Dia do Hino Nacional Brasileiro

1151429801No dia 13 de abril comemora-se o dia da criação do Hino Nacional Brasileiro. Sua música foi criada em 1822, por Francisco Manuel da Silva (1795-1865), recebendo inicialmente o nome de “Marcha Triunfa”. Nessa época, o Brasil passava por uma crise contra o governo de Portugal, buscando sua independência diante desse país. Dom Pedro I apresentava dúvidas em suas decisões, a fim de dar a liberdade ao Brasil, apresentava-se autoritário e temeroso às pressões da corte portuguesa. Em meio a esses problemas, as tentativas de compor uma letra para o hino não caiam bem, pois vinham cheias de insultos e ressentimentos aos portugueses ou com excessos de lisonjeios ao soberano rei de Portugal. A escolha da data foi em razão de uma manifestação em desacato ao ex-imperador, quando o mesmo embarcava para  Portugal, no dia 13 de abril de 1831. Dentre tantas tentativas, somente em 1909 que a linda composição ganhou uma letra poética, elaborada pelo então poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927), sendo muito elogiada pelas referências que fazia às belezas de nosso país. Somente em 1922 é que o Hino Nacional do Brasil foi oficializado, tendo letra e música, por Epitácio Pessoa, através da Lei 5.700, de primeiro de setembro de 1971, sendo publicado no Diário Oficial do dia dois seguinte. O hino nacional é um instrumento de homenagem à nação, deve ser executado nas aberturas das festividades cívicas, patrióticas, escolares, esportivas internacionais, onde a população deve contemplá-lo cantando em uma só voz.

Cante o Hino Nacional Brasileiro

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SEXTA-FEIRA SANTA EM PIANCÓ

S7300047 A Noite de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado. A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho. Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.


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SEMANA DA PÁSCOA

S7300034Em comemoração a Semana da Páscoa, a Escola Municipal Otília de F. Costa desenvolveu uma série de atividades especiais. Integrando alunos, professores, funcionários , os trabalhos apresentados tiveram como objetivo primordial explanar o real significado da Páscoa e suas implicações para a sociedade moderna.
As apresentações teatrais e musicais apelaram para a conscientização da comunidade diante da data e de sua importância para toda a cristandade.


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O DIA DO JORNALISTA

Dia do Jornalista A profissão de jornalista é muito desgastante e de muita responsabilidade. Uma palavra que têm uma bela sinonímia, a ética o jornalista deve abraçá-la de vez, já nos bancos da instituição acadêmica. Jornalismo se faz por amor e com responsabilidade. Jornalista é a pessoa ou profissional que exerce atividade jornalística como redator, repórter, fotógrafo, editor, apresentador entre outras. O jornalista deve ser eclético, visto que a profissão exige isso do profissional. Ele tem que ser clínico geral, já que a área do jornalismo é vasta. O dia do jornalista já foi comemorado em várias datas. No dia 24 de janeiro por ocasião da data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales (bispo e doutor da Igreja Católica) para homenagear os profissionais do jornalismo. O dia 29 de janeiro tem uma particularidade e faz parte da história do Brasil, a data, de longe, mais citada nos calendários comemorativos brasileiros, mas ao mesmo tempo, a que menos tem referências à sua criação. As informações vão desde uma homenagem ao jornalista e abolicionista José do Patrocínio falecido em 1905, até se tornando uma data eminentemente católica. No dia 16 de abril comemora-se o dia do repórter como na definição acima, trata-se de um profissional do jornalismo, por tabela poderíamos afirmar ser dia do jornalista também. Lá pelos idos de 1830 quando do assassinato de um jornalista no mês de abril do citado ano - foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa o dia do jornalista em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, em 22 de novembro de 1830. Com essas informações o dia do jornalista fica assoberbado por diversas e diferentes nuances. Essa cronologia para que fique guardada em nossas memórias tiveram aspectos históricos e importantes para culminar com um dia certo para homenagem ao jornalista brasileiro.

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ABERTURA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM PIANCÓ

campanha-da-fraternidade-2009Inicia-se, nesta Quaresma, a 47ª edição da Campanha da Fraternidade (CF), promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O tema deste ano é “Fraternidade e segurança pública”, e o lema “A paz é fruto da justiça” (Isaías 32, 17). Segundo o documento da CF, entre os objetivos se destacam “suscitar o debate sobre segurança pública e contribuir para a promoção da cultura de paz; denunciar os crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos de prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns; favorecer a articulação de redes populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência; apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos”. A CNBB aponta três tipos de violência predominantes no Brasil: a estrutural, que nega cidadania a uma parcela da população e discrimina os “diferentes”; a física, como a tortura, a agressão à mulher, a exploração laboral e sexual de crianças; e a simbólica, através de ameaças e constrangimentos, negação de informação e disseminação da cultura do medo. A violência não reside apenas em agressões evidentes. Ela se imiscui até mesmo no nosso modo de pensar e falar, no discurso que considera a paz resultado do equilíbrio de forças (”mais cadeias, mais repressão”) e não fruto da justiça. Há ainda a violência da mídia que invade os lares com programas pornográficos, exaltando a imbecilidade, a ociosidade vadia, o sucesso e a fama dos que transgridem as leis. A CNBB propõe que o tema da segurança pública seja debatido em escolas, igrejas, fóruns, mídias. Sugere que se promova o diálogo com o poder público para a elaboração de programas, leis e políticas de segurança; que sejam organizados atos públicos em favor do tema; criem-se comissões de justiça e paz e de direitos humanos que possam acompanhar casos de violação desses mesmos direitos; denuncie e combata-se toda forma de trabalho escravo, de tráfico de pessoas, de exploração sexual, de violência doméstica.

Na prática de Jesus, três atitudes antiviolência se destacam: a humildade (fazer-se criança, Mateus 18, 4); o amor aos pobres e excluídos (Mateus 18,10 e 25, 31-40); o perdão (Mateus 18, 22). E o programa de justiça, capaz de engendrar a paz, contido no Sermão da Montanha (as bem-aventuranças Mateus 5, 1-12).


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DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL

Livro infantil é a obra escrita, ilustradas ou não, lida e apreciada pelas crianças. Geralmente, as histórias desses livros são inspiradas nas lendas e tradições do folclore dos povos, como os clássicos da literatura mundial, mas há também livros apenas ilustrados, sem texto. Esses livros podem ter, ainda, caráter didático ou apenas lúdico. Cada escritor deixou sua marca na literatura infantil. Esopo ficou célebre na Grécia em razão de suas fábulas: a cigarra e a formiga, a tartaruga e a lebre, a raposa e as uvas etc. Jean de La Fontaine, autor francês, reescreveu as fábulas de Esopo e o lobo e o cordeiro, o leão e o rato etc. O francês Charles Perrault também escreveu contos inesquecíveis: O gato de botas, a Bela Adormecida, O Pequeno Polegar.cabril03 Os contos dos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm fascinam o mundo infantil até hoje. Os mais famosos são: Branca de Neve e os sete anões, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Rapunzel.

O dia 2 de abril é festejado em mais de sessenta países, em razão do nascimento, em 1805, do poeta e novelista Hans Christian Andersen, na Dinamarca. Cabe a ele o honroso título de "criador da literatura infantil internacional". Ao acrescentar o elemento lúdico às suas histórias, como bichos e objetos falantes, ele mudou o rumo da literatura infantil. Embora fosse de origem pobre, isso não constituiu uma barreira para que se tornasse o mais conhecido escritor dinamarquês, com livros que até hoje encantam as crianças do mundo inteiro. Sua vida literária começou com sua primeira poesia: O Menino Moribundo. Depois sua obra se estendeu aos clássicos infantis, consagrados em todo o mundo, como: A vendedora de fósforos, A pequena sereia, A roupa nova do rei, O patinho feio, O saldadinho de chumbo, O rouxinol.monteirolobato_livros Há escritores brasileiros que contribuíram muito para a literatura infantil, como Monteiro Lobato e Vicente Guimarães. O primeiro, nascido em 1882, criou a famosa boneca Emília e contou suas aventuras nas obras Reinações de Narizinho, Viagem ao céu, O saci, Caçadas de Pedrinho, Serões de dona Benta, O pica-pau amarelo etc. cheias da riqueza de nossas lendas e do nosso folclore. Pela importância de sua obra, o Brasil adotou a data de seu nascimento - 18 de abril - para festejar nacionalmente o livro infantil: (ver p.159).

O segundo autor era tio de Guimarães Rosa; adotou a linha "cristã e otimista", confirmando no Brasil inteiro o apreço e carinho por sua obra. É dele o livro Vovô Felício, que identifica seu propósito de tratar cada criança como "seu próprio netinho".

Existem não menos famosos escritores brasileiros como: Maria Clara Machado, cujos textos são lidos e encenados nos palcos dos teatros pelas crianças - o mais conhecido, sem dúvida, é Pluft, o fantasminha -, Maria José Dupré, Francisco Marins, os poetas Manuel Bandeira, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes, Orígenes Lessa, Tatiana Belinky, Lygia Bojunga Nunes (Angélica, A bolsa amarela, O sofá estampado), Ziraldo (O menino maluquinho, Rolim), Ruth Rocha (Marcelo, marmelo, martelo, Faca sem ponta, galinha sem pé) Ana Maria Machado (O tesouro da raposa, Mico Maneco), Sylvia Orthof (Maria-vai-com-as-outras, Pomba Colomba), Pedro Bandeira (A droga da obediência, o fantástico mundo de feiurinha), entre outros.

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Abolição da Escravidão Indígena

observando alguns sites em que apresentam o dia primeiro de abril de 1680 como o Dia da Abolição da Escravidão Indígena. Historicamente, nesta data, o rei de Portugal publicou mais uma lei que acabava com o cativeiro dos índios no Brasil. Verificando a opinião do professor José Ribamar Bessa Freire, a lei foi mais uma das mentirinhas de 1.º de abril e fez parte da luta entre colonos e jesuítas pelo controle da mão-de-obra nativa.
Continuando a leitura José Ribamar, do Programa de Estudo de Povos Indígenas da Uerj (Pró-Índio), a abolição da escravidão indígena ocorreu somente de forma definitiva depois, por iniciativa do marquês de Pombal. Primeiro, por lei de 6 de junho de 1755, válida para o Estado do Grão-Pará e Maranhão. Depois, em 1758, a medida foi ampliada por alvará para o Estado do Brasil.

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Considerar a lei de 1680 como a da abolição da escravidão indígena é, no mínimo, um erro de leitura. José Ribamar explicou que o texto da lei proibia a escravização de novos índios, mas não libertava os cativos adquiridos antes de sua promulgação.
Por isso, para Bessa, não pareceu ser por acaso que a lei tenha sido assinada no dia 1.º de abril:
- Foi primeiro de abril, mesmo! Em primeiro lugar, a lei não entrou em vigência. Se entrasse, não acabava com a escravidão. Ela funcionava um pouco como a Lei do Ventre Livre. Apenas on-line (na linguagem de hoje).
O professor José Ribamar explicou que as idas e vindas da legislação, ao longo de todo século XVII, resultaram da luta entre jesuítas e colonos pelo controle da mão-de-obra indígena, tanto a que estava reunida nas repartições, quanto a que estava aprisionada nas chamadas guerras justas.
Para Bessa, a participação dos jesuítas neste debate acabou levando o público em geral a ver os padres daquele período como defensores da liberdade indígena. Apesar das condições de trabalho nas propriedades das ordens serem bem superiores que nas dos colonos, não era verdade que as os religiosos estivessem lutando pela liberdade dos nativos, como declarou o professor:
- Na verdade, o que (o padre Antônio) Vieira estava pedindo (com a lei de 1680) não era a liberdade dos índios. Era o controle dos jesuítas sobre os chamados índios livres. Tanto que, quando saiu o regimento do resgate, os jesuítas passaram a fazer parte de suas tropas. Isso caracteriza bem que, na verdade, eles não estavam lutando pela libertação dos indígenas.
Os nativos sob controle dos jesuítas, bem como de outras ordens religiosas, seriam empregados em suas propriedades, gerando recursos para financiar as atividades da Companhia de Jesus.
O professor explica que no Grão-Pará, como em outras partes da colônia, a posse de terra não significava nada. O importante era ter a mão-de-obra necessária para torná-la produtiva.

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FELIZ PRIMEIRO DE ABRIL

As pessoas pregam peças no dia 1º de abril há muito tempo. Não se sabe a origem desse costume, mas é possível que tenha começado no século XVI, na França. A comemoração de Ano-Novo, que acontecia no início da primavera, em março, culminando com festas, bailes e trocas de presentes, no dia 1º de abril, foi transferida para o dia 1º de janeiro.

MENTIRa Tal fato se deu por meio de um decreto do rei Carlos IX, que instituía aos súditos o uso do calendário gregoriano, adotado pela Igreja para todo o mundo cristão. Isso gerou muita confusão e dificuldade de adaptação. Assim, as pessoas que comemoravam, por engano, o Ano-Novo no dia 1o de abril, eram comumente vítimas de trotes e brincadeiras e acabaram sendo chamadas de "bobos de abril".

O hábito atravessou os séculos e ainda hoje a brincadeira é tradição em muitos países. Na Inglaterra, quem "cai no primeiro-de-abril" é chamado de noodle (pateta); na França, de poisson d'avril (peixe de abril); na Escócia, de april gowk (tolo de abril); nos Estados Unidos, de april fool (bobo de abril). Tudo faz crer que essa simpática tradição será perpetuada pela humanidade. Mas é bom conter a imaginação e os impulsos extremados usando o bom senso para elaborar as brincadeiras. Algumas peças podem gerar sérios inconvenientes, quando ultrapassam o limite da comédia.

Por isso, é de bom tom que os brincalhões procurem fazer algo bem original, nada maldoso, para merecerem o título de bem-humorados e não ganharem a fama de "chatos de mau gosto".

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